Como
promover Dignidade humana?
“Todas as pessoas nascem
livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e
devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”. (Artigo 1º
Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948)
Em mais um dez de
dezembro, dia Internacional dos Direitos Humanos, precisamos afirmar ideais de
ser humano e de sociedade. Estamos em 2013, mas ainda longe das condições de
dignidade para importante parcela de nossa população brasileira e mundial. Dia
10 de Dezembro também é dia de lembrar que os direitos não nascem dos palácios e
nem dos gabinetes, mas nascem da luta cotidiana e perseverante daqueles que
acreditam que é possível e necessário construir condições de vida boa e
abundante para todos, sem qualquer distinção.
A vida, como a
liberdade, são valores imexíveis, inegociáveis. Não são conceitos abstratos, mas
frutos de vivências e percepções individuais e coletivas, que adquirem sentidos
diferentes, porque diferentes são as histórias de cada um. Por isso mesmo é
preciso que nos coloquemos coletivamente em marcha pela humanidade que reside em
nós e nos outros, pois sempre, a toda hora e em todo lugar podem ocorrer
situações em que a vida e a liberdade correm riscos. Mas como defendê-los? Como
ensiná-los?
Teremos predisposição
para enxergar as inúmeras e corriqueiras violações a que são submetidas muitas
pessoas, no cotidiano de nossos dias e nossas vivências? As ruas, as casas, as
escolas, os prédios, os campos, as cidades estão fartos de indignidade. Os
nossos cinco sentidos humanos podem nos ajudar a desvelar o mundo das realidades
humanas. A nossa consciência de sujeitos de direitos pode ajudar na promoção da
humanidade que reside em todos nós.
A
defesa da vida, que também defesa da dignidade humana, engloba o que a
humanidade, através de muita luta e conquista, reconheceu como direitos humanos.
Mas o que vem a ser dignidade humana? É difícil definir, mas é fácil de explicar
e entender quando nos deparamos com situações em que falta dignidade para alguma
pessoa. Dignidade define a própria noção de humanidade, enquanto condições
básicas e elementares para sermos gente.
Mas
como criar identidade com direitos humanos e, por consequência, com a dignidade?
Cada um de nós, como todos os outros, é sujeito de direitos e de dignidade, ao
mesmo tempo diferente e igual em relação com os outros. Temos em comum o fato de
que somos humanos e temos as mesmas necessidades para nossa “sobrevivência
animal”. Mas jamais as nossas diferenças ou semelhanças não podem ser critérios
para auferir dignidade para um ou para outrem.
A
cultura pela dignidade humana promove condições em que ocorra a tolerância, o
diálogo, a cidadania, a diversidade. Deve também permitir e incentivar a
organização e luta coletiva por direitos. Deve exigir um Estado protetor e
promotor de direitos humanos, e não violador da vivência da cidadania e das
liberdades. A educação em e para os direitos humanos é mediação para a
humanização das pessoas. Através dela podem ser construídas novas formas de
relação interpessoal e com o ambiente cultural e natural que ponham a dignidade
da pessoa, sua promoção e respeito, no centro da agenda.
Direitos humanos também
precisam ser aprendidos e ensinados. Aprender é sustentar posturas, subsidiar o
desenvolvimento de atitudes e construir sujeitos pluridimensionais agentes da
história. Neste sentido, a educação em e para os direitos humanos busca
incentivar e motivar para o engajamento efetivo de cada pessoa e de todos na
luta pela realização de todos os direitos humanos de todas as pessoas.
Força e coragem a todos
os ativistas de direitos humanos que resistem e lutam bravamente para
transformar a sua vida e vidas alheias! Àqueles que dizem sim à vida e acreditam
que a felicidade é a nossa maior razão de existir.
Nei Alberto Pies,
professor e ativista de direitos humanos.
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