2 de fev. de 2012

Ser mulher da paz

 
Ser mulher da paz
 
“Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar” (Nelson Mandela)

            Todo mundo quer a paz, todo ser humano busca incansável e desesperadamente a sua felicidade. Ocorre que muitos e muitas não se dispõem a buscá-las, pois desejariam que a paz e a felicidade fossem como dádivas que nos são concedidas, sem nenhum esforço, sem nenhuma construção. Diante deste contexto, parece que perguntar-se sobre as possibilidades da paz gera na gente, muitas vezes, um grande vazio, uma ausência de perspectivas. Fora deste vazio, existem muitas possibilidades e tentativas de melhorar a vida, para melhorar o mundo. Uma destas possibilidades é ser uma mulher da paz.
            O Estado brasileiro, ao criar o PRONASCI (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), procura colocar em prática um dos direitos fundamentais que é a SEGURANÇA PÙBLICA. Com este programa visa articular ações policiais com investimentos em programas sociais, em inteligência, tecnologia e valorização dos profissionais da segurança. Deste modo, busca valorizar e fortalecer os laços comunitários e criar condições para o acesso às políticas públicas. A sociedade civil, a partir de suas organizações, lideranças e pessoas deve exercer o seu protagonismo colaborando para o enfrentamento da violência e dos conflitos sociais e interpessoais, gerando assim um ambiente de paz, tranqüilidade e segurança para todos.
            Como um dos projetos estruturantes do PRONASCI, Mulheres da Paz é um convite ao engajamento de 200 mulheres que, conhecendo a realidade de seu bairro, resolvem agir preventivamente para que a paz, a segurança e a tranqüilidade possam ali reinar. Depois de capacitadas com conteúdos de Cidadania, Direitos Humanos, mediação de conflitos, Acesso à Justiça, Lei Maria da Penha, Conhecimentos de Informática, Apoio Psicossocial Coletivo e Ações do Pronasci, estarão fazendo trabalhos sociais preventivos como visita às escolas, visita à famílias, palestras e conversas com jovens, orientação à situações de violência, encaminhamentos para redes de atendimento, com o apoio de uma equipe multidisciplinar.
            A capacitação da qual as Mulheres da Paz farão parte propiciará às mesmas o encorajamento e as habilidades para o trabalho social de abordagem, conversa e interlocução com as demais pessoas com as quais convivem no bairro. Os novos conhecimentos possibilitarão às mesmas a vivência da cidadania e a valorização como mulher. “O conhecimento, a valorização e a participação das mulheres” farão uma grande diferença para novas relações na vida comunitária dos bairros que serão envolvidos com este trabalho.
            Mulheres da paz poderiam perfeitamente ser chamadas de “Mães da Paz”. Em recente entrevista, Leonardo Boff afirmou que as mulheres, diferente dos homens, vivenciam e promovem os valores do amor, do cuidado, da solidariedade e do respeito com as vidas alheias. Pois, sempre foram elas que mais preservaram e valorizaram os valores da vida, da dignidade, da felicidade, do amor, do cuidado.
            Passo Fundo precisa de Mulheres da Paz. O convite está sendo feito e todos nós poderemos colaborar para que este projeto alcance o seu objetivo que é comum a todos nós: uma Passo Fundo com mais paz, mais segura e com menos violência.
Nei Alberto Pies, professor, coordenador do Projeto Mulheres da Paz pela Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo.

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