Um conto do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805 - 1875) relata a história de um rei muito severo e vaidoso; não admitia ser contrariado.
Certo dia apareceu um homem se dizendo alfaiate, na verdade um charlatão, e se ofereceu para fazer a roupa mais bonita que qualquer monarca, em todo o mundo, jamais havia tido. Mas tinha um porém, ele avisou que somente as pessoas inteligentes poderiam vê-la.
O rei, tocado pela vaidade, logo se interessou e o contratou. Providenciou todos os materiais que lhe fora solicitado. Fios de ouro, tecidos finos, adereços de diamantes e tudo que havia de melhor e mais valioso. Acomodou o “alfaiate” em um atelier e deixou que desenvolvesse seu trabalho.
Passadas algumas semanas, como não teve notícia, o rei foi ao local onde estava sendo confeccionada a roupa. Viu uma mesa vazia, e o homem fazendo inúmeros movimentos como se estivesse medindo, costurando, esticando etc.
O rei, para não transparecer diante de seus súditos que não estava vendo nada, começou a elogiar. Por sua vez, os súditos presentes, que nada viam, para não passarem por ignorantes, também elogiaram.
Após mais uma semana, o alfaiate deu o trabalho por terminado e convocou o rei para ir vestir a roupa. Este, para não deixar passar em branco, convocou todo o povo para um desfile onde ele mostraria sua nova roupa. Assim foi feito.
Com o rei nu, e todos fingindo que viam as vestes reais, o desfile seguiu, mas não se manifestavam para não passarem atestado de ignorantes.
Somente uma criança, na sua pureza e inocência, vendo toda aquela encenação, gritou: “o rei está nu!!”.
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