26 de jul. de 2016

Partidos, pragmatismos e ideologias.

Partidos, pragmatismos e ideologias. 
O pragmatismo está mesmo matando a essência da política: a construção
do bem comum. 

Nas últimas décadas, aprendemos fazer política através dos
partidos.
Fundamos e construímos partidos como ferramentas de mudança e
transformação social. 

Hoje, os partidos no Brasil não fazem mais alianças programáticas e
ideológicas, mas somente acordos de interesses pela tomada do poder, o
que empobrece a política e a torna um grande balcão de negócios e de
interesses. O pragmatismo não concebe mais a construção de um capital
social ou a manutenção deste junto aos eleitores. O pragmatismo
impõe-se para sufocar a diversidade dos pensamentos. O pragmatismo
opera resultados, não importando-se com os processos. 

O que acontece em Brasília reproduz-se, em larga escala, em nossos
municípios. Surgem então, perguntas emblemáticas: a) Os partidos
perderam sua função de organizar propostas e programas para governar
nossas cidades? b) É possível fazer política fora dos partidos? c)
Será agora a grande mídia, o Judiciário, o Ministério Público e a
Polícia Federal que darão os ordenamentos jurídicos, organizativos e
políticos da política? 

As circunstâncias do momento histórico colocam em cheque quase tudo o
que aprendemos sobre política e organização social. Desaprendemos
fazer política? Desconsideraremos, por definitivo, as mentes críticas,
as organizações e movimentos sociais, os lutadores que ainda estão a
fim de organizar a sociedade com base na cidadania, nos direitos
humanos e sociais, nas oportunidades de estudo, cultura e trabalho
para todos? 

Fato é que, fora da política não há soluções que promovam a liberdade
e a democracia. Fora da política reina a ditadura. Antes tarde que
mais tarde, resistamos pelas práticas democráticas que nos permitiram
experimentar uma cidadania com mais oportunidades para todos e a
construção de cidades que respeitem as vontades e a necessidades dos
seus habitantes. As cidades não podem ser concebidas como reinados;
elas devem conceber o debate, a pluralidade e a prática cotidiana da
democracia. 

As práticas sociais e políticas sempre devem construídas com a baliza
dos méritos e métodos.Democracia é poder do povo e deve ser exercida
todos os dias, em todas as instâncias e respeitando todas as
ideologias. 

(Nei Alberto Pies, professor, escritor e ativista de direitos humanos)

3 de jul. de 2016

Escola Anna Luiza - Historia - 211

ATIVIDADES

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